sábado, 22 de agosto de 2009

Nossos filhos, nossos professores!

Outro dia um amigo queixava-se: “Tenho três filhos, dois são estudiosos, o terceiro, apesar de meus esforços, não quer saber de estudar e só me causa aborrecimentos”. E levando a mão à cabeça dizia: “Criei os três do mesmo jeito, não sei o que aconteceu!”
Perguntei a ele: ”Você criou os três da mesma forma? – ele respondeu:” Criei.”
Então eu lhe disse: “Foi aí que você errou; não podemos criar pessoas diferentes da mesma maneira”.
Se observarmos os filhos de um mesmo pai, constataremos em cada um, uma diversidade muito grande de dons, de capacidade, de compreensão. Cada qual é cada qual, afirma um grande amigo.
Cada filho apresenta em seu comportamento, atitudes e reações de acordo com sua evolução. Fica claro que o corpo provém do corpo, mas o espírito provém de Deus. Sabe-se lá há quantas vidas.
Não podemos tratar igualmente seres tão distintos, a cada um devemos dispensar tratamento, de conformidade com seu grau de compreensão.
Principalmente na adolescência fica claro o desabrochar de um ser, que muitas vezes os próprios pais desconhecem. Chegam mesmo a afirmar: “Aonde ele aprendeu essas coisas se eu nunca lhe ensinei?”
À medida que crescem, as crianças desabrocham e gradativamente demonstram sua capacidade de pensar e agir.
Sua vontade própria, seu discernimento.
Normalmente os adultos não respeitam a individualidade das crianças e dos jovens. Vem daí a surpresa, por vezes desagradável.
Desrespeitamos os jovens, tanto quanto fomos desrespeitados um dia.
Desejamos impor-lhes a melhor profissão.
Desejamos impor-lhes a religião.
Desejamos impor-lhes a nossa visão de mundo.
Ou seja, não acreditamos que nossos filhos raciocinam.
Quantos aleijões promovemos na educação daqueles que dizemos amar.
Dizer não é importante.
Nossos filhos não são bibelôs dos quais podemos dispor a bel prazer.
Precisamos respeitá-los, precisamos ouvi-los.
Necessitamos ouvir mais e falar menos, pois não sabemos tudo.
O tempo está passando, o mundo transformando-se, está na hora de olharmos nossos filhos com o respeito que eles nos merecem.
Está na hora de educarmos nossos filhos desigualmente, para sermos justos.
Tratar com igualdade, criaturas tão desiguais, é cometer injustiça.
Pais e filhos, todos são aprendizes.
Não existe nada mais importante na vida de qualquer pessoa do que a família.
A família cada vez mais, ganha a conotação de escola bendita, onde Deus matriculou-nos para que aprendamos a amar.
Impor nossa vontade aos nossos filhos é violentar-lhes a consciência.
Nossos filhos, nossos melhores amigos, nossos professores.

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