sábado, 1 de agosto de 2009

Barack Esperança Obama

SIM, NÓS PODEMOS

Nunca se ouviu tanto falar sobre “crise mundial” como nos dias atuais.
A realidade da globalização não se faz presente apenas no progresso tecnológico, globalizados estão os problemas.
Por que a crise atual, que tem sua gênese no setor imobiliário norte americano, afeta a todos nós?
Façamos um breve estudo da história recente da humanidade, para constatarmos que o egoísmo sem medida, sempre foi o causador das grandes dificuldades enfrentadas pela criatura humana.
Após o término da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, os Estados Unidos até então um grande devedor, passou a ser o maior credor mundial; de perdedores e vencedores. Concedeu muitos empréstimos, tornando-se assim, o maior expoente do capitalismo mundial.
Além desse fator, os americanos investiram pesadamente na reconstrução da Europa, concomitantemente exportaram muito para os países europeus.
A partir de 1925, mesmo com todo entusiasmo, a economia americana passou a enfrentar alguns problemas.
A produção industrial e agrícola desenvolveu-se enormemente, em contra partida os salários subiram muito lentamente.
A implementação da força de trabalho mecânica, no campo e na indústria, fez com que o desemprego crescesse consideravelmente.
Assim que os países Europeus se recuperaram dos prejuízos impostos pela Primeira Guerra Mundial, passaram a comprar cada vez menos dos Estados Unidos.
Especializaram-se também na produção de produtos similares aos produzidos pela indústria norte americana.
De compradores, os Europeus tornaram-se concorrentes, enfraquecendo mais ainda a combalida economia estadunidense.
Com a grande produção de produtos similares, faltaram compradores no mercado internacional, gerando uma crise de super produção.
Numa tentativa de enfrentar a crise, os agricultores procuraram armazenar suas produções, para isso contraíram empréstimos junto às instituições financeiras. A garantia aos empréstimos eram as propriedades agrícolas.
O resultado foi catastrófico, muitos agricultores perderam suas propriedades.
A indústria desacelerou a produção, essa medida foi geradora de mais desemprego.
Na bolsa de valores de Nova York a especulação era grande.
Ações eram vendidas na bolsa novaiorquina, não correspondendo a real situação das empresas.
Em breve tempo a crise se abateu avassaladora sobre os negócios da bolsa de valores.
Muitos especuladores correram para tentar a venda de papéis, mas não havia compradores suficientes.
Em 29 de outubro de 1929 havia 13 milhões de ações à venda, mas não havia compradores.
Nesse quadro caótico ocorreu a quebra da bolsa de valores de Nova York.
Em 1932 o Presidente eleito Franklin Delano Roosevelt tomou posse prometendo solucionar os graves problemas advindos da crise de 1929.
Abrindo mão do liberalismo, o governo Roosevelt passou a praticar o intervencionismo na economia estadunidense.
Já nessa época, a globalização de uma grave crise se fez sentir.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo no capitulo XI – “Amar o próximo como a si mesmo” Item 11 – encontramos esclarecedora instrução do Espírito Emmanuel sobre o egoísmo.
Nos alerta a veneranda entidade:
“O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. (...)
Há pouco mais de 79 anos da crise de 1929 a humanidade se vê as voltas com semelhante problemática.
A ganância desmedida no setor imobiliário norte americano, promoveu avassalador efeito dominó na economia mundial, hodiernamente, mais globalizada do que nunca.
Homens egoístas de seus escritórios refrigerados especulam com grandes capitais, arrastando grande parte da população mundial ao sofrimento e a miséria.
Instituições financeiras antes vistas como modelo de solidez como o Lemam Brothers, segundo banco de investimento norte americano, quebram de maneira contundente.
Os suntuosos escritórios de Wall Street tremem, e a desdita se espalha de Nova York aos lares humildes de todo mundo.
Os miseráveis tornam-se mais miseráveis ainda.
Outros fatores colaboraram para deflagrar esse processo, seria fastidioso enumerá-los aqui.
Pela segunda vez a superpotência ajoelha-se perante o mundo, não à custa de artefatos bélicos, mas enfraquecida pelo egoísmo de corações humanos.
Ajoelha-se refém de um sistema financeiro equivocado, tendencioso.
A primeira vez foi em 11 de setembro no ataque terrorista ao World Trade Center.
Os Estados Unidos da América do Norte, temidos belicamente, sucumbem à especulação gananciosa.
Uma nação poderosa é carcomida em sua estrutura financeira pelo cupim do egoísmo, ínsito no coração dos especuladores.
A regeneração do mundo se processa de maneira silenciosa.
Esses cataclismos sociais promovem o surgimento de novas potencias. Redistribuindo forças para equilibrar a governabilidade do mundo.
É fato notório no quadro atual.
Na questão 738 de O Livro dos Espíritos, constata-se que a Providência Divina utiliza os mais variados meios para auxiliar o homem em seu progresso.
Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado em seu orgulho e que se lhe faça sentir sua fraqueza.”
O egoísmo é uma chaga no coração humano.
Essa questão de O Livro dos Espíritos trás lucidez ao nosso raciocínio, pois que demonstra que nem toda transformação ocorre por cataclismos naturais.
E o insigne Emmanuel nos alerta:
(...) Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. (...)

*****
Em 2009 Barack Hussein Obama toma posse como presidente dos Estados Unidos.
Um homem negro chega ao poder pelo voto, sinalizando claramente que a sociedade norte americana anseia por mudanças em todos os aspectos.
No mesmo país onde o Pastor Martin Luther King foi assassinado por conflitos raciais em abril de 1968 na cidade de Menphis estado do Tenesse, Barack Obama é eleito presidente.
O slogan de campanha do agora presidente eleito é “Yes, we can”, “Sim, nós podemos”.
Ele toma posse, e tal como Roosevelt, promete solucionar a crise financeira.
O país que tem sua base econômica no liberalismo, assiste estarrecido a intervenção governamental nas grandes empresas e conglomerados econômicos. Única maneira para evitar a insolvência promovida pelos egoístas.
Certamente esta crise vai passar.
Mas a Doutrina Espírita desnuda aos nossos olhos a regeneração se processando, lenta, mas inequívoca.
É preciso que o velho caia para se erigir o novo.
O egoísmo só será extirpado do coração humano quando os homens respeitarem-se mutuamente.
Sim, nós podemos.
Todo excesso é acumulo egoístico.
Meditemos nas sabias palavras de Emmanuel:
(..) Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações. – Emmanuel. (Paris, 1861)

Sim, nós podemos!


















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