sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Seu problema ou meu problema?

É importante que aprendamos a lidar com nossas limitações.
Não somos capazes de fazer tudo. Quando a vida nos impõe determinados desafios, é preciso ter coragem em assumir a incapacidade para certas coisas.
Assumir situações que não estamos aptos a resolver é sofrimento a vista.
O assunto pode parecer cansativo, mas insistimos que no âmbito familiar é que as dificuldades se acentuam.
Temos tido a oportunidade de conversar com muita gente que nos procura, em situações dolorosas de angustia e inquietação íntima.
Observamos nestes atendimentos a dificuldade das pessoas em dizer não.
Dizer sim aos parentes pode significar uma autoflagelação, ou seja, dizer sim, quando desejaríamos intimamente dizer não.
A maioria das pessoas que nos procuram, quando questionadas sobre o tipo de dificuldades que as estão afligindo, relatam rotineiramente envolvimento com os problemas familiares. Envolvem-se em demasia com os problemas alheios, esquecendo-se de si próprias. E de maneira inconsciente cobram dos outros a gratidão por terem auxiliado os parentes.
Doam-se demais, e frustram-se constantemente por acreditarem-se credoras de atenção especial.
Amar não significa que tenhamos que tirar dos outros a oportunidade que eles tem de aprender com os próprios erros.
A pergunta é: “Até que ponto devemos nos envolver nos problemas criados pelos outros, mesmo sendo nossa família?”
É muito saudável que delimitemos nosso espaço, que preservemos nossa intimidade.
Se não buscarmos uma conduta psicologicamente equilibrada, não teremos estrutura para auxiliar quem quer que seja.
O domínio da emoção em nossos relacionamentos deve ser buscado incessantemente.
A contaminação emocional através das dores alheias, rouba o nosso discernimento, fazendo com que vivamos as emoções de nossos pares, perdendo a capacidade de raciocinar.
Toda história tem dois lados a serem analisados, e o fato de nossa parentela estar envolvida na problemática não significa que eles estejam sempre com a razão.
Pergunte-se a si mesmo: “Os problema que me afligem atualmente são oriundos dos meus erros, ou dos equívocos alheios?”
Estou ajudando as pessoas a resolverem seus problemas, ou estou querendo resolver os problemas que cabe a elas resolverem?”
Ajudar é uma coisa, tomar para si as dificuldades dos outros é mais complicado.
Misturar nossos problemas com os problemas alheios é a primeira dificuldade que encontramos e que nos impede prestar ajuda com isenção.
O grande desafio em nossa vida é aliar a razão à emoção.
Enquanto apenas a emoção determinar nossas reações aos fatos da vida, sofreremos muitas vezes mais do que aqueles que criaram seus próprios problemas.


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