sábado, 3 de outubro de 2009

A dor e o estrume

A rosa que enfeita e embeleza
Que exala doce perfume
Não prescindi na sua vida
Do convívio com o estrume

Queixamo-nos das dificuldades que a vida nos apresenta.
Reclamamos em demasia de todo e qualquer problema.
Alegando legítima defesa, perdemos tempo, acusando este ou aquele pelo nosso fracasso.
Em uma sociedade que incita os homens ao consumismo exacerbado e a competição desmedida, as lutas são inglórias.
Todavia, não nos cabe desistir de nossos objetivos.
Do lodo medram os lírios.
Após longa madrugada, sempre chega um novo amanhecer.
Após a tempestade, a natureza se mostra cada vez mais bela.
Ninguém passa pela vida sem experimentar as lutas para o próprio burilamento.
Mesmo com estrume no pé, a roseira não deixa de embelezar o jardim com mais e mais rosas.
Cada rosa esparzi seu aroma.
Quando detemos nossa marcha para retirar o estrume de nosso pé, arriscamo-nos a sujar as mãos e o coração.
O estrume em nossa vida pode ser chamado dor.
A dor sempre tem função educativa.
Não podemos nos permitir ficar inermes diante das dificuldades.
Tal qual a flor que encanta e perfuma, devemos seguir adiante, por mais estrume no pé.
Tudo na natureza cumpre papel fundamental na programação evolutiva do universo. Não estamos no mundo a passeio, viemos a trabalho, estamos aqui para aprender.
Adubados pela dor, dia virá, em que poderemos exalar o perfume do verdadeiro amor.
A rosa ainda nos ensina, que mesmo em meio a espinhos é possível embelezar o mundo.
Por isso, sigamos adiante!
Diante dos espinhos da calúnia, sigamos trabalhando.
Diante dos espinhos da inveja, sigamos servindo.
No jardim de Deus, somos as rosas pequeninas esquecidas de nosso perfume intimo e imortal, o perfume do amor.
Não murche frente às dificuldades, floresça, exale seu aroma, encante, embeleze.
Não se deixe despetalar pela preguiça.
Não permita que sua dor se transforme em dor nos outros.
Não podemos prescindir do estrume para nossa felicidade.
Mesmo com lágrimas nos olhos, não desista, esse pranto irá regar seu coração fazendo nascer novas pétalas de esperança.
A cada novo amanhecer, viremo-nos para o sol e bendigamos o Divino Jardineiro que nos plantou exatamente no jardim que devemos embelezar.
E quando a tempestade cair e o medo quiser brotar em nosso coração, bendigamos a chuva, que benfazeja, virá cumprir seu papel no capitulo da nossa renovação.
Ao fitar uma rosa não nos esqueçamos:

A dor é para o homem
O que o estrume é para a flor
Adubo para o crescimento
Para vitória do amor




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