quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Amuletos

“Os olhos que nunca choraram, raramente aprendem a ver” – Meimei.

Devido às escolhas que fazemos para nossa vida, em muitas oportunidades temos as lágrimas como resposta.
Incapaz de compreender que a vida é o resultado de seus próprios atos, a criatura humana via de regra, busca um culpado pela sua desdita.
Tudo o que acontece de ruim na vida do homem é culpa de alguém.
É preciso eleger um culpado, afinal, pessoas há, que se acreditam injustiçadas pela vida.
Tudo o que redunda em lágrimas é culpa de alguém, os acontecimentos felizes é puro merecimento.
Quando as coisas não vão bem, costuma-se dizer: “Tem alguém com inveja de mim” – ou então – “Está tudo amarrado em minha vida”.
Percebe-se que para cada fracasso, existe um culpado eleito.
Identificado o culpado pelo sofrimento, a criatura parte em busca de solução. Um amuleto protetor, uma vela para o orixá, uma vela para o santo, banho de ervas e etc... etc... São tantos os cuidados com amuletos, patuás, que a pessoa sai a rua parecendo uma loja de R$ 1,99, de tantas bugigangas penduradas aqui e acolá.
O corpo parece um carro alegórico em tempos de carnaval.
Se identificarmos um culpado para o nosso fracasso, agora munidos de penduricalhos, estaremos preparados para o combate.
A fé nessas práticas exteriores acaba auxiliando muitas pessoas, que terminam por vencer alguns obstáculos psicológicos criados por elas mesmas, todavia, os resultados positivos obtidos são passageiros.
Quando surgir uma nova dificuldade, a pessoa encontrar-se-á carente de respostas, pois o efeito dessas práticas é paliativo.
Sem que consiga identificar a si mesmo como o arquiteto da própria vida, o homem sofrerá por um bom tempo as agruras promovidas pela sua ignorância.
Buscar dentro de si o culpado, nas atitudes equivocadas, nas escolhas infelizes, permitirá um amadurecimento espiritual mais objetivo.
O homem que tem a consciência de que em sua vida, é ele quem decide, gradativamente vai tomando posse de si mesmo, conseqüentemente, para de buscar culpados para suas limitações e falta de vontade.
Se o uso de adereços fosse garantia de sucesso e prosperidade, a Bahia seria certamente, o estado com a população mais próspera da federação.
Nosso estágio evolutivo demonstra, que só aprendemos a ver, quando as lágrimas melhoram a nossa visão, do que é verdadeiramente a vida.





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